domingo, 5 de julho de 2015

Pontilheiro


Ao som de Charlie Puth.

Albert decidiu procurar um cachecol no Pontilheiro. Trajado de seu moletom lima e suas luvas marrons, sempre foi de chamar atenção, seu caminhar a sempre repetir o passar das batidas na calçada, no ritmo do bondinho, era quase como dançar.

Ele adorava o cheiro dos legumes logo cedo, o lugar onde vivia tinha um aroma de vida pela manhã, era um lugar quente ao passar do dia, quase nunca se via chover. Albert sempre se via cercado de sorrisos, era um homem agradável e a todos tinha admiração.

Sara estava de saída naquela manhã, trabalhou toda a noite festiva do bar. Agora era a melhor hora do dia, ela achava ser invisível naquele horário, toda a magia da noite de bebedeira havia passado e os homens que reparavam nela estavam ressacados da bebedeira ou talvez em casa com suas esposas tão tão amadas.

Leandro está correndo pelo beco, são quase oito da manhã e as coisas estão prestes a começar. Os olhos dele estão bem abertos, ainda sim acerta uma das vadias que trabalha no bar. Ele se levanta e continua correndo, a garota grita mas ninguém lhe dá atenção.

Sara se vê uma vez mais ignorada, por um instante ela nem se importa em levantar, apenas encara as mãos numa reflexão falha de entender o porquê desse tipo de coisa sempre acontecer a ela, talvez fosse mais que azarada.

Leandro consegue despistar o homem tolo que o perseguia. O motivo pelo qual aquele homem corria atrás dele não importa, logo será possível presumir todos os porquês dessa estória.

A caminhada de Albert termina em frente a Pontilharia, ele finalmente decidiu o que comprar diante as opções que lhe vieram em mente durante a caminhada. Ao entrar naquela loja cheia de tecido e cores pálidas, ele sente-se acomodado e segue diretamente a bancada para pedir que Artur traga para ele o seu cachecol mais discreto.

Os dois tem uma breve conversa fiada a respeito das cordas de violão de Artur que haviam se estragado com o tempo. Eles decidem ao final da discussão que Albert deveria ficar com o violão, mesmo que ele nem se interessasse em praticar qualquer coisa que não lhe fosse habitual.

Quando Albert se despede de seu amigo e chega a rua, percebe que o clima já havia esquentado o suficiente pra fazê-lo voltar ao seu apartamento na Rua das Pedras, onde se encontrava as coisas que deveriam fazer Sara e Leandro se conhecerem.

Albert sempre foi mais intuitivo que a maioria das pessoas, ele havia ganhado todo o dinheiro de uma aposta em 2006. A aposta era de beijar mais mulheres durante a noite de festival do bar. Albert não beijou mais mulheres naquela noite, mas acabou conhecendo a mulher mais linda já vista naquele lugar e os seus amigos boquiabertos decidiram que ele merecia vencer o acordo pela conquista da mesma.

Enquanto caminhava para casa pela calçada amarela, ele se viu alegre pelo som dos pássaros que pareciam estar a piar com os filhotes preguiçosos que ainda dormiam, enquanto o dia já havia começado.

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